Para quem olha de fora, é só uma mãe alimentando seu bebê. Para a mulher e a criança, porém, a amamentação é um momento único, uma demonstração de amor difícil de ser descrita em palavras.
Quando olhamos mais de perto, a amamentação realmente tem algumas características encantadoras, que soam quase como mágica.
Por exemplo: você sabia que a saliva de um bebê doentinho é capaz de estimular o corpo da mãe a produzir exatamente os anticorpos que ele precisa para se recuperar, além de fazer com que o leite contenha mais células que combatem infecções?
Esse é apenas um dos fatos que validam a recomendação da OMS de amamentar um bebê até os dois anos de idade, mas existem muitas outras curiosidades sobre esse ato de amor incrível entre uma mãe e seu bebê. Saiba mais:
1. Ela começa cedo
Mesmo que a amamentação em si só aconteça depois que o bebê nasce, o corpo começa a se preparar já no segundo mês de gestação. Os dutos mamários começam a se formar e a se expandir, e o leite começa a ser produzido por pequenos aglomerados de células, ficando protegido pela gordura e pelo tecido conjuntivo.
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Às vezes, a produção de leite se completa antes mesmo de o bebê nascer, e é por isso que algumas mulheres precisam lidar com o leite vazando dos seios nas últimas semanas de gravidez.
2. Ela está associada aos hormônios
Durante a gestação, o estrogênio e a progesterona são responsáveis pelas mudanças físicas desse período. A prolactina, por sua vez, aumenta durante a gravidez e é o hormônio que induz a formação dos dutos mamários e a produção de leite em si.
Por fim, depois que o bebê nasce, entra em cena a oxitocina, conhecida como o hormônio do amor. Esse hormônio tem uma função importante no estabelecimento da relação entre mãe e filho e é liberado em grande quantidade durante a amamentação.
3. Ela protege a mãe
Além de ser essencial para proteger o bebê de doenças e de ser a fonte do melhor alimento existente para ele, a amamentação também favorece a saúde da mãe. Esse processo diminui as chances de a mãe desenvolver osteoporose e câncer de mama e de ovários.
4. Ela se adapta conforme a frequência das mamadas
A amamentação é um processo versátil que se adapta a uma série de estímulos, e o principal deles é a própria sucção do bebê. Essa ação estimula os receptores nas mamas, que sinalizam ao corpo para aumentar a produção.
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Assim, conforme o bebê cresce e sua necessidade de leite aumenta, mais leite é produzido entre os intervalos das mamadas para atender a essa demanda.
5. Ela é benéfica para mãe diabéticas
As mulheres que amamentam têm suas taxas de açúcar no sangue naturalmente controladas, o que representa um grande benefício para aquelas que tiveram um agravamento da diabetes pré-existente durante a gestação ou que sofreram com diabetes gestacional.
Esse controle da glicemia não elimina a necessidade de se administrar medicamentos para a diabetes, mas a dosagem deles pode ser diminuída.
6. Ela é boa para o corpo no pós-parto
Durante a amamentação, a oxitocina aumenta as contrações uterinas, estimulando o útero a voltar ao seu tamanho normal mesmo depois da grande expansão que ele sofreu na gestação. Ainda, esse hormônio minimiza os sangramentos depois do parto.
A prolactina, por sua vez, é um hormônio do relaxamento que ajuda a mãe a lidar com as situações estressantes da chegada do bebê, prevenindo a depressão pós-parto e ajudando a mãe a superá-la.
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7. O leite materno muda durante o dia
As mães sabem: a composição do leite muda conforme a dieta, o ambiente e a hora do dia. O leite materno produzido à noite, por exemplo, contém mais substâncias que ajudam o bebê a pegar no sono. Esse leite contém mais melatonina, que ajuda o bebê a desenvolver seu ciclo circadiano, entrando mais rápido em um ritmo de vigília durante o dia e sono durante a noite.
Além disso, a composição do leite também varia durante a própria amamentação. Enquanto o leite liberado no início da mamada contém mais substâncias ativadoras do sistema imunológico e dá menos sensação de saciedade, o leite do final é mais rico em gorduras e calorias, justamente para satisfazer o apetite do bebê.
8. A amamentação é afetada pelo cigarro
Uma das consequências do fumo é a diminuição da produção de prolactina, que se reflete na redução da produção de leite em comparação com mães não fumantes. A nicotina, por sua vez, dificulta a saída do leite, impossibilitando a alimentação do bebê.
Por fim, o cigarro diminui a quantidade de iodo no leite, o que pode afetar o fornecimento desse elemento para o bebê.
9. Ela varia de mulher para mulher
Duas mulheres jamais vão produzir leites idênticos, embora eles possam ser igualmente nutritivos. Isso acontece porque a produção varia conforme a hora o dia, a alimentação e os fatores ambientais.
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Ainda, algumas doenças crônicas e o consumo contínuo de medicamentos durante a vida da mulher pode afetar a produção de leite. Por isso, é importante não se comparar a outras mulheres que tenham um leite supostamente “melhor” do que o seu – você está sim fazendo o seu melhor.
10. A bombinha de sucção aumenta a produção de leite
Utilizar a bombinha de sucção para retirar o leite e armazená-lo quando a mãe não pode oferecer o seio por algum motivo ajuda a aumentar a produção. A bombinha imita a sucção do bebê e faz com que o corpo libere mais leite, repondo a quantidade que foi retirada.
11. Sempre sobra um pouco de leite
O seio nunca fica totalmente vazio enquanto o bebê ainda mama. Entretanto, como a reserva que sobra é pequena, a falta de leite estimula o reflexo que dá início à produção de mais leite, pois a quantidade que restou na mama não seria suficiente para alimentá-lo na próxima mamada.
Inclusive, nas mulheres que mantêm amamentação exclusiva, o leite pode levar semanas ou meses para desaparecer por completo.
12. O leite responde às doenças do bebê
A amamentação é tão incrível que, quando o bebê está doente, o leite se modifica para ajudá-lo a se recuperar. Isso acontece porque os componentes da saliva do bebê estimulam a mama a produzir antibióticos específicos para a doença, liberando-os no leite.
Além disso, a sucção de um bebê doente faz com que o leite se torne mais rico em leucócitos, as células responsáveis pela nossa imunidade.
13. O leite é diferente para bebês meninos e meninas
Estudos conduzidos na Universidade Estadual do Michigan e na Universidade de Massachusetts mostraram que as mães produzem um leite mais denso e rico em gordura quando o bebê é um menino.
Em estudo realizado com animais na Universidade de Harvard, mostrou-se que o leite produzido para bebês meninas contém mais cálcio, enquanto o leite dos meninos contém mais proteínas e menos açúcar. Os resultados ainda não puderam ser extrapolados para os seres humanos.
14. O leite materno tem os micro-organismos certos
Mesmo que a mãe esteja doente, os micro-organismos causadores de uma infecção nunca são transferidos ao bebê pela amamentação, pois eles são filtrados antes que o leite chegue aos dutos mamários.
Isso, porém, não significa que o leite seja estéril. De fato, o leite materno contém bactérias probióticas, semelhantes àquelas encontradas nos iogurtes, que ajudam o desenvolvimento do sistema digestivo dos bebês.
15. Mães desnutridas conseguem amamentar
Outro fato mágico sobre a amamentação é que mesmo mães desnutridas conseguem alimentar seus bebês. Embora o processo possa ser exaustivo, a qualidade do leite é tão boa que ele é capaz de nutrir a criança.
Além disso, como a amamentação oferece uma série de benefícios à saúde da mãe, a amamentação não traz perigos à saúde já debilitada de uma mãe desnutrida – pelo contrário. Inclusive, caso a mãe apresente deficiência de vitaminas ou minerais, é mais indicado fazer uma suplementação para ela do que para o bebê, mantendo-o exclusivamente no peito sempre que possível.
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