Você sabia que alguns medicamentos, doenças, hábitos e condições de saúde podem reduzir e até bloquear o efeito da pílula anticoncepcional e, consequentemente, aumentar o risco de gravidez?
Pois é. Apesar da pílula anticoncepcional ser uma importante aliada na prevenção da gravidez, a sua proteção não é de 100%. Na verdade, a eficácia deste tipo de medicamento gira em torno de 91% a 99% dependendo das doses hormonais utilizadas.
E para piorar, ainda existem alguns fatores que podem aumentar ainda mais a margem de falha do anticoncepcional, o que pode acabar em uma gestação indesejada. Vamos conhecer quais são eles?
Esquecimento e falta de disciplina
Que atire a primeira pedra quem nunca esqueceu de tomar a pílula anticoncepcional.
A questão é que este erro tão comum – e que parece inofensivo – pode resultar em uma baixa de eficácia do medicamento.
Esquecer a pílula e só tomar no dia seguinte, ou pior, ficar dias sem toma-la, pode cortar ou reduzir o efeito da pílula anticoncepcional.
E o risco de engravidar fica ainda maior quando você começa uma cartela com atraso de três ou mais dias, ou quando você esquece de tomar três ou mais comprimidos no começo ou final do ciclo.
E engana-se quem acha que quando falamos “esquecimento” estamos nos referindo a dias sem tomar a pílula. Na verdade, quando você esquece de tomar no horário certo, também pode ter a eficácia do anticoncepcional prejudicada.
Tomar a pílula com mais de doze horas de intervalo já prejudica a sua ação. Portanto, a dica é estipular um horário para ingerir o anticoncepcional e colocar no despertador do celular para não esquecer!
Uso de alguns medicamentos
O uso de alguns medicamentos pode cortar ou reduzir o efeito da pílula anticoncepcional.
Isso acontece com alguns antibióticos, anticonvulsivos, sedativos e medicamentos antiepiléticos e antidepressivos.
Estes medicamentos afetam o efeito da pílula anticoncepcional pois alteram a permeabilidade das paredes intestinais – por onde os hormônios contidos no anticoncepcional são absorvidos.
Por isso, sempre que for necessário fazer uso destes medicamentos é recomendável usar outro método contraceptivo por até 7 dias após a ingestão do último medicamento, como por exemplo, o uso de camisinha.
Para quem utiliza algum destes medicamentos de forma prolongada, é necessário o uso de outros métodos preventivos, como o DIU e o diafragma, por exemplo.
Se você faz uso de anticoncepcional e toma algum dos medicamentos citados acima, consulte seu médico sobre a possível influência que este pode exercer sobre o efeito da pílula.
Vômito ou diarreia
Caso haja vômito ou diarreia dentro do período de quatro horas após a ingestão da pílula anticoncepcional, esses episódios podem cortar ou reduzir o efeito do medicamento e aumentar o risco de gravidez.
Isso acontece porque o medicamento pode não ter sido totalmente absorvido.
Nestes casos, a recomendação é tomar outra pílula para garantir a eficácia.
Doenças intestinais
Como dissemos anteriormente, os hormônios da pílula anticoncepcional são absorvidos pelas paredes intestinais, mais especificamente, pelo intestino delgado.
Assim, mulheres que apresentam algumas doenças intestinais como a Doença de Crohn, reticolite ulcerativa ou outras patologias intestinais inflamatórias, ou ainda que tenham realizado cirurgia bariátrica e implante de bypass jejunoileal tem maior chance de engravidar, mesmo usando a pílula anticoncepcional.
Isso acontece porque, nestes casos, a absorção do medicamento pelo intestino delgado é prejudicada, e consequentemente, o efeito da pílula anticoncepcional é reduzido.
Mulheres que estão nas condições citadas devem utilizar outros métodos contraceptivos, como camisinha, DIU e diafragma.
Chá de erva-de-são-joão
A erva-de-são joão – também conhecida como hipericão – é muito utilizada em chás para tratamento natural da depressão e ansiedade.
A questão é que esse chá atrapalha a absorção dos hormônios pelas paredes intestinais e por isso, corta o efeito da pílula anticoncepcional.
Assim, é importante que mulheres que estejam em tratamento com essa erva procurem outras formas de se prevenir de uma gravidez indesejada.
Vale lembrar que o princípio ativo do chá de hipericão pode ficar no organismo por até duas semanas, por isso, é importante ficar um período se protegendo de outras formas além da pílula, mesmo após o término do tratamento com a erva.
Há um mito que circula na internet afirmando que o consumo de outros chás – como mate, cidreira, camomila, entre outros – também podem diminuir o efeito da pílula anticoncepcional por serem diuréticos e “forçarem” a eliminação do medicamento antes da sua completa absorção.
Mas como dissemos, isso é um mito. O único chá que pode cortar o efeito do anticoncepcional é o erva-de-são-joão. Os outros estão liberados.
Consumo excessivo de álcool
Se por um lado o consumo de chá é um mito, não podemos dizer o mesmo das bebidas alcóolicas.
O consumo excessivo de álcool aumenta os níveis de estradiol – um hormônio ligado à regulação do fluxo menstrual – na corrente sanguínea.
O estradiol é capaz de reduzir a ação dos anticoncepcionais.
Como sei que o efeito da pílula anticoncepcional foi afetado?
Infelizmente, não existe uma forma de saber se o efeito da pílula anticoncepcional foi reduzido ou até bloqueado, afinal, isso não causa nenhum tipo de sintoma.
O que pode ocorrer em alguns casos é o que chamamos de “escape”, um sangramento fora de hora e que indica anormalidade nos níveis hormonais.
No entanto, nem sempre estes sangramentos ocorrem e se acontecer, o ideal é que você procure um ginecologista.
Considerações finais
Se você é uma pessoa que se encaixa nas situações que citamos neste artigo, o mais recomendado é que você converse com o seu ginecologista sobre outros métodos contraceptivos.
Por exemplo, se você é muito esquecida, considere o uso de anticoncepcionais de longa duração. Se usa medicamentos ou está em alguma das condições de saúde apresentadas, o uso de DIU pode ser uma solução.
Além disso, há também o uso de preservativos, que deve ser feito independente do uso do anticoncepcional, afinal, a camisinha não protege apenas contra uma gestação indesejada, mas também contra o HIV e outras doenças sexualmente transmissíveis (DST’s).
Por fim, sempre converse com o seu médico ginecologista para entender melhor o que pode ou não interferir no efeito da pílula anticoncepcional e também se ela é a melhor opção de contraceptivo para você.
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